Espaço de textos, estudos, ensaios e opiniões do Pastor João Viegas

18
Fev 15

Foi colocado hoje à venda o novo livro do Bruno Vieira Amaral (editado pela Fundação Francisco Manuel dos Santos), intitulado 'ALELUIA', que retrata a realidade do Cristianismo Evangélico em Portugal. O lançamento será em Março de 2015.

 

Foi com muita honra que, tanto eu como o Ministério que pastoreio, foram alvo de estudo e análise do Bruno. Também fizeram parte outros irmãos em Cristo, que independentemente das denominações (que para mim são apenas 'escolas' para o Caminho), têm em comum o mesmo que nós: Jesus no coração!

 

A escrita do Bruno, que não me era desconhecida, torna a leitura leve e esfomeada: lê-se bem, entende-se bem e dá sempre vontade de continuar a ler.

 

Gostei muito da perspetiva que ele deu, nomeadamente focando algo que (não sei se propositado) é uma realidade desde meados da primeira década do século XXI: o Reino de Deus tem crescido mais do que o que imaginamos. Não tanto pelas denominações com muitos membros, ou pelos Neo-Pentecostais (e chamo-lhes assim à minha responsabilidade), mas pelas pequenas sementes que têm saído das grandes sementeiras e que têm vindo a gerar novas colheitas, mudanças de paradigma, novos campos missionários, novas 'escolas'. E em muitas delas, o aroma da Igreja primitiva, o amor genuíno, a Palavra da Verdade (que muitas vezes os fazem impopulares), os Dons do Espírito Santo e o foco nas famílias, nas pessoas e em Jesus, como centro impulsionador, pedra de esquina e base fundamental para o engrandecer do Trono de Deus.

 

Sim, em tempos estive e fiz parte de uma denominação neo-pentecostal. Saí antes que morresse espiritualmente. E hoje alegro-me por ter saído.

 

Penso que o Bruno foi justo na análise que fez de mim e da comunidade que Pastoreio. E há uma crítica (e ainda bem que a há, porque seria perigosamente beliscado na sua neutralidade e capacidade de estudo independente), a qual aceitei e aceito bem. Tão bem, que já ponderei e alterei a minha postura no que toca ao assunto e em relação ao Ministério. Um par de olhos frescos, independentes, ajuda-nos sempre a ver melhor. Já o Espírito o dizia às Igrejas, nas 7 cartas que dirigiu, relatadas em Apocalipse, para "...que unjas os teus olhos com colírio, para que vejas..." (Apocalipse 3:18).

 

Quanto ao fator que ele refere como alavanca para dar a conhecer os evangélicos em Portugal, na opinião dele ser a tentativa de aquisição do Coliseu do Porto pela IURD, tenho tendências a discordar, pois considero que houve muitos eventos e acontecimentos que deram a conhecer a vertente cristã evangélica (recordo-me das visitas de grandes Evangelistas e Homens de Deus, entre 1950 e 1974; 70x7 - O programa televisivo na RTP2; Euro-Fire em Lisboa, 1990; etc.).

Mas sou da opinião que o que se passou naquele ano, no Porto, foi uma forma de se 'separar as ovelhas dos bodes', pois aí nasceu o conceito neo-pentecostal, que tenta passar por cima da lei, que centra a sua doutrina no dinheiro e na 'bênção', que lança o culto do homem (super-Pastor) em lugar do culto a Deus, que se esmera por operar nas emoções, ou na espiritualidade negra (quase a roçar o oculto), que se fundamenta em técnicas de marketing e cujo livro principal não é a Bíblia, mas sim o livro mais recente do Líder supremo, que critica a Igreja Católica, mas opera no mesmo registo, apenas com um ar mais descontraído e mais secular... isto tudo num país que até então tinha a Igreja Católica e os outros (os 'protestantes', embora fossem cada vez mais)!

Quase todas as medidas tomadas após o evento 'Coliseu do Porto' (que eu recordo bem, do 'topo' dos meus 16 anos) foram para impedir que os neo-pentecostais pudessem controlar ou dominar a esperança, doutrina, postura e testemunho dos evangélicos, que ainda hoje lutam para fazer perdurar a boa obra iniciada há já mais de 100 anos.

 

Estou grato a Deus, por ter encaminhado o Bruno até nós, porque se porventura nós o ajudámos, também ele nos ajudou. E isto é cristianismo.

 

Estou grato a Deus, porque pude falar abertamente da minha experiência, passados estes 8 anos.

8 anos de liberdade e verdade. 8 anos de consciência tranquila.

8 anos a ser não-denominacional!

 

E o balanço que faço é que cada dia estou mais apaixonado por Jesus Cristo. Cada dia que passa, fico mais apaixonado pelo Pastorado, pelas pessoas, pelas famílias, pela comunidade que pastoreio.

Cada vez mais, estou apaixonado por servir a Deus.

 

Que este livro vos possa ajudar a ter maior fome e sede de Deus e de O servir.

 

Jv

 

 

 

publicado por Jv às 15:18

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