“...E não ensinarão mais cada um a seu próximo, nem cada um a seu irmão, dizendo: Conhecei ao Senhor; porque todos me conhecerão, desde o menor deles até o maior, diz o Senhor; pois lhes perdoarei a sua iniqüidade, e não me lembrarei mais dos seus pecados...” (Jeremias 31:34)
Há alguns uns anos atrás, durante a II Guerra mundial, houve um ataque por parte dos Nazis, em que milhares de pessoas morreram. Era uma altura conturbada. Nesse atentado, um jovem nazi assassinou dois jovens cristãos, filhos de um pregador, porque tiveram a audácia e a coragem de testemunhar de Jesus Cristo.
Pergunto: será que os seus filhos, ou mesmo o pregador estavam em pecado? Porque será, então, que Deus permitiu que tal coisa acontecesse? Há quem diga que não há um mal sem causa. Contudo, nem tudo o que parece mal aos nossos olhos, se revela mal irremediável ou como consequência até ao fim da vida. Poderá, o nosso Deus, reverter o mal em bem? E até este mau acontecimento, poderá Ele reverter em algo de bom?
Bem, os nazis foram vencidos, a guerra estava no seu términus e o jovem assassino foi levado a tribunal. O pai dos dois jovens crentes estava presente nesse julgamento. Com as provas, testemunhas e evidente cólera proveninete dos actos de guerra, esse jovem foi achado culpado. No momento em que o juiz ia pronunciar a sentença (de morte) para o jovem nazi, aquele pregador levantou-se e erguendo os braços ao alto disse com voz forte: “...Os meus filhos, hoje, estão seguros no Céu, mas se este jovem morrer, hoje mesmo, irá para o inferno...”. Consternação total!
Todos os presentes falavam e falavam, julgando entre si quem estaria certo e como seria capaz de tal atitude, aquele pai... não estaria ele a sofrer? Não teria o seu coração dilacerado? Não teria um peso terrível no seu peito? Conseguiria dormir à noite, sabendo que os seus filhos tinham sido brutalmente assasinados, mediante ideais políticos apodrecidos? Ou estaria ele certo? Deveríamos perdoar de imediato e lutar pelos que sofrem pelos actos cometidos ao longo da vida?
O juiz comoveu-se. O povo que assistia ao julgamento também. O Espírito Santo tocou naqueles corações (nos soldados, nos advogados, assim como em todos os que ali estavam presentes, inclusivé o jovem nazi), com a atitude daquele Pregador/ Pai. Muitos se questionavam, entre lágrimas, como teriam coragem de ter a mesma atitude? Outros se questionavam se não deveriam ter a mesma atitude. Outros ainda, condenavam-se por não terem tido a mesma coragem e atitude, em outras situações.
Aquele jovem nazi foi absolvido. E o pregador adoptou-o como filho. Depois de se ter convertido a Jesus, este jovem entrou para um Instituto Bíblico, para se tornar pregador do Evangelho, que antes atacara. Antes ele perseguia os crentes, mas agora ele fazia parte dos crentes perseguidos. Hoje, já com alguma idade, ainda é pregador do evangelho, pela misericórdia, Graça e perdão de Deus e de um homem, que decidiu agir em conformidade com o evengelho que pregava.
Este pregador não só demonstrou o verdadeiro Evangelho de Jesus Cristo na sua vida, como também a Graça de Deus – favor não merecido. Repare que ele não disse: “...Vou perdoá-lo, mas não vou esqueçer!... “. O perdão não é algo para se esquecer, mas é algo para se recordar para uma vida inteira.
E outra coisa muito importante é a anunciação do Evangelho da Paz (por mais que pensemos que não temos capacidade), não devemos nunca descorar a 1.ª missão do discípulo. Este pregador para além de perdoar, agiu positivamente, demonstrando o amor de Cristo. E nós, que conhecemos a verdade, deveríamos de agir sempre deste modo, nem que para isso tivéssemos que perder quem mais amamos... este pregador, perdeu os seus filhos.
Deus moveu-se por nós de uma forma similar, mas mais sublime: ele perdeu o seu filho, para nos ganhar a todos, havendo-nos perdoado desde a fundação da terra. Que alegria em saber isto, Aleluia! (Efésios 4:32)
Alguns de nós, por certas coisas (90% delas sem importância), fazemos ‘um bicho de sete cabeças’... Não temos tempo para estas coisas! Nós não sabemos o que está para acontecer amanhã. Você não sabe o seu dia de amanhã! Limpe sempre o seu coração! Perdoe! Abra a sua vida, na totalidade para Deus, para que Ele possa terminar a obra, que em nós começou, no dia em que lhe entregámos e dedicámos a vida.
Jesus, perdoa-nos e não Te lembres dos nossos pecados. Que o Teu poderoso Sangue seja derramado sobre nós, sobre a nossa vida, sobre a nossa família. Tem misericórdia de nós, Deus e protege aqueles que ainda não são salvos. Senhor, tem também misericórdia deles, porque eles ainda não sabem que te amam...
“...Eu, eu mesmo, sou o que apago as tuas transgressões por amor de mim, e dos teus pecados não me lembro...” (Isaías 43:25)
Deus abençoe
Pst. João Viegas