Era uma sexta-feira.
No mercado de peixe de Constantinopla havia barulho, pregões, sujeira e muita gente.
Tomáz de Arezo, um rapaz italiano a estudar grego na cidade, escolheu o seu peixe, ajustou o preço. O vendedor embrulhou-o, recebeu o dinheiro, e Tomás regressou a casa.
Preparou-se para lavar o peixe e, curioso como todo o bom estudante deve ser, deu uma olhadela para o papel do embrulho. Coisa que todos fazemos frequentemente.
Era uma folha escrita em grego, com traços grossos, com iniciais em vermelho. Foi lendo e esqueceu-se da refeição e do peixe. Porque se deu conta de que se tratava de algo muito antigo e com muito interesse.
Correu de novo ao mercado, pelas ruelas mal empedradas daquela parte da cidade e por mais umas poucas moedas o vendedor do peixe cedeu-lhe as folhas todas que tinha iguais àquela. (E quantas já não se teriam perdido... !). Mas estavam bem conservadas.
Isto passou-se em 1436.
O jovem Tomás verificou então tratar-se de vários documentos com séculos de antiguidade, entre os quais a CARTA A DIOGNETO, do II século da era cristã, dos primeiros tempos da Igreja. Uma carta dirigida por não se sabe bem quem a um grego não-cristão falando-lhe da Fé cristã.
Ainda o canon bíblico não estava completo e organizado!
Mas a Igreja - é de assinalar - por muito interessante e doutrinariamente fiel que seja o texto desta Carta, não entendeu adoptá-lo como inspirado e, portanto, como Palavra de Deus.
Mais tarde essas preciosidades vieram parar às mãos de antiquários e hoje temos um texto (tal como outros) que se lê bem (não é longo) e que não fazendo parte das Escrituras não se desvia do ensino dos Apóstolos. É espiritualmente estimulante.
Está publicado pelas Edições ALCALÁ, de Lisboa.
Eis uma pequena transcrição de partes do cap V dessa "Carta a Diogneto".
Tem muitos ecos das Cartas do Novo testamento:
Os cristãos
Há uma história interessante que me foi contada e que diz respeito à igreja de uma pequena cidade e ao seu novo pastor. Não sei se esta história é verídica ou se é uma parábola, mas consideremos a sua lição. O autor desta história é desconhecido.
Um novo pastor veio para a cidade e passou os seus primeiros longos dias a visitar os membros inactivos da igreja, um por um, família por família, pedindo-lhes para que viessem ao seu primeiro culto.
Tristemente, contudo, todo o seu esforço foi em vão. Nenhum deles apareceu no domingo de manhã.
Na segunda-feira, ele colocou um anúncio proeminente no jornal local. A notícia declarava que a igreja estava morta e, por causa disso, era seu dever como pastor dar-lhe um decente funeral Cristão. O anúncio do funeral dizia que este se realizaria no domingo seguinte à tarde.
Morbidamente cheia de curiosidade, decerto, toda a cidade compareceu. No interior do edifício da igreja, para todas as pessoas verem claramente quando entrassem, havia uma enorme urna coberta de flores, colocada proeminentemente num plano elevado defronte do púlpito.
Estavam todos sentados e pairava a expectativa no ar. O culto começou. O pastor começou com uma oração e um hino calmo. Depois, com solenidade leu o obituário da igreja e proferiu um eloquente e tocante elogio.
Depois convidou a congregação a vir à frente prestar a última homenagem à muito querida amada que tinha partido.
Todos se ergueram dos seus lugares e formaram uma fila que lentamente se deslocava para a urna. Um a um todos davam uma olhadela ao seu interior, voltando comovidos, com um sentimento de culpa e de vergonha, alguns marejados de lágrimas. As suas faces estavam pálidas.
Eis o que viram: No interior da urna, colocado num ângulo adequado, estava um enorme espelho.
Todos se viam a si mesmo.
Queridos amigos, este é um exemplo dramático de que a igreja somos nós. Nós somos o corpo de Cristo. Ouçamos a exortação do Senhor, e "...não deixando a nossa congregação, como é costume de alguns; antes, admoestando-nos uns aos outros; e tanto mais quanto vedes que se vai aproximando aquele Dia..." (Hebreus 10:25).
Muitos crentes marcam as suas Bíblias, mas as Suas Bíblias nunca os marcam.
Warren W. Wiersbe
"...Ora, o Senhor disse a Abrão: Sai-te da tua terra, da tua parentela, e da casa de teu pai, para a terra que eu te mostrarei. Eu farei de ti uma grande nação; abençoar-te-ei, e engrandecerei o teu nome; e tu, sê uma bênção. Abençoarei aos que te abençoarem, e amaldiçoarei àquele que te amaldiçoar; e em ti serão benditas todas as famílias da terra. Partiu, pois Abrão, como o Senhor lhe ordenara, e Loth foi com ele. Tinha Abrão setenta e cinco anos quando saiu de Harã..." (Génesis 12:1 a 4)
Nesta passagem, poderemos ver várias coisas que são deveras importantes para o crente. Isto porque com Deus, ninguém é colocado a serviço, sem que primeiro seja testado, provado e preparado.
Ser testado, provado e preparado são 3 fases, da acção de Deus na vida dos que O amam, dos que têm uma chamada de Deus, dos que têm um ministério à sua espera.
Abrão (que aqui ainda não era Abraão, ainda não tinha feito aliança com Deus), teve o desafio de Deus, que muitos temem durante uma vida inteira: "...Aparta-te da tua parentela...". De facto, não poderemos levar isto em linha muito inflexível, mas sim procurar o espírito do desafio de Deus, a Abrão. A família de Abrão, tinha um negócio lucrativo, que dava muita riqueza a toda a família, mas que não era da vontade de Deus. Por isso, Deus propôs-lhe, sair de casa do Pai dele.
De facto, debaixo das 'saias' da família, vê-se muito pouco e tem-se uma percepção da vida, muito adulterada. O que Deus queria fazer com Abrão, era dar-lhe a perspectiva de Deus: "...habita onde Eu te disser...", ou seja, depender de Deus, viver nos padrões de Deus!
Fazer o que Deus diz, a muitos crentes é muito difícil, pois implica muita coisa... na carne!!!
Deus também 'abriu o jogo' com Abrão: "...Farei de ti uma grande nação; abençoar-te-ei e engradecerei o teu nome...". Isto é algo poderoso! É algo, com que muitos se perdem e estragam, pois consideram-se de imediato, autoridades em tudo onde põem as mãos. Mas Deus também disse: "...E tu sê uma benção!...", ou seja, não sejas pedra de tropeço a ninguém, não te ponhas com esquemas para ninguém, aprende com Deus e ajuda a tua família e quem contigo for!
Outro pormenor é a idade de Abrão: 75 anos, quando saiu de casa da sua parentela... muitos cristãos acham-se 'muito velhos' para avançar com o plano de Deus para eles, sem força, sem capacidade, nem se consideram dignos de ter uma chamada de Deus. Idade, não deve de ser problema, para o cristão! Porque para Deus, nada é impossível!
Uns queixam-se de serem muito novos (e eu sempre tive esse estigma, porque sempre me consideraram muito novo, ou miúdo, ou criança, apesar da chamada de Deus na minha vida), outros acham-se muito velhos... e Deus? O que acha Deus? Com que idade Samuel entrou no templo para servir a Deus? Com que idade Deus chamou a Moisés para ir libertar o povo da escravidão? Será que você é diferente???
E ainda é importante referir que Loth, sobrinho de Abrão, foi com ele. É bom ter alguém que nos acompanhe, no princípio do nosso ministério, mas quando isso se torna um entrave na chamada de Deus, é necessário fazer algo.
Foi o que Deus fez entre Abrão e Loth! Deus permitiu que houvesse contenda, para que o ministério, o propósito de Abrão, pudesse seguir em frente, nos planos de Deus.
"...E também Loth, que ia com Abrão, tinha rebanhos, gado e tendas. Ora, a terra não podia sustentá-los, para eles habitarem juntos; porque os seus bens eram muitos; de modo que não podiam habitar juntos. Pelo que houve contenda entre os pastores do gado de Abrão, e os pastores do gado de Loth. (...) Disse, pois, Abrão a Loth: Ora, não haja contenda entre mim e ti, e entre os meus pastores e os teus pastores, porque somos irmãos. Porventura não está toda a terra diante de ti? Rogo-te que te apartes de mim. Se tu escolheres a esquerda, irei para a direita; e se a direita escolheres, irei eu para a esquerda. Então Loth levantou os olhos, e viu toda a planície do Jordão, que era toda bem regada (antes de haver o Senhor destruído Sodoma e Gomorra), e era como o jardim do Senhor, como a terra do Egito, até chegar a Zoar. E Loth escolheu para si toda a planície do Jordão, e partiu para o oriente; assim se apartaram um do outro. Habitou Abrão na terra de Canaã, e Loth habitou nas cidades da planície, (...) E disse o Senhor a Abrão, depois que Loth se apartou dele: Levanta agora os olhos, e olha desde o lugar onde estás, para o norte, para o sul, para o ocidente e para o oriente; porque toda esta terra que vês, te hei de dar a ti, e à tua descendência, para sempre..." (Génesis 13:5 a 15)
Tiveram que se separar, mesmo que à primeira vista, um tenha ficado mais favorecido, do que o outro. Contudo um olhou para as planícies e viu com os olhos naturais a beleza e os campos e a possibilidade de poder expandir a sua riqueza. O Outro, olhou para o deserto e viu com os olhos do Espírito que haveria de confiar e depender de Deus, conforme Ele havia prometido.
Só depois disto, Abrão teve a promessa, visível e teve a visita de Deus, perto dos carvalhais de Manré e a aliança efectuada, de onde surge toda a sorte de benção, prosperidade, felicidade e bem-estar, para os que ouvem e praticam a Palavra de Deus.
Nem sempre contenda, vem com maus presságios. Nem sempre a separação é algo de mau. Procure, sempre, saber onde Deus está e com que propósitos. Como fazer? Meditar na Palavra, orar e esperar em Deus.
Deus abençoe
Pst. João Viegas
Uma Oração, não necessita ser um livro extenso e aborrecido, com muita 'palha' à mistura.
Uma Oração, é uma conversa com Deus, sincera e honesta, pois Ele vê o coração.
Querido Deus e Pai, Senhor maravilhoso, peço-te humildemente perdão dos meus pecados. Peço-te que me aches digno da Tua graça e misericórdia. Peço-te que continues a achar-me como um vaso nas Tuas mãos, vazio de mim mesmo, mas cheio de Ti, do Teu amor e da Tua glória.
Que o Sangue de meu Senhor e Salvador Jesus Cristo possa ser derramado sobre mim para fortalecimento, protecção e poder, Senhor.
Peço-te que a Tua vontade se faça em mim, na minha vida, ministério e carácter. Que o Teu querer e o Teu efectuar possam ser realidade em mim, hoje.
Peço-te Senhor, humildemente, que me tomes nas Tuas mãos, que me escondas por trás da cruz, para que todos possam ver em mim Jesus de Nazaré.
Que Tu me abençoes, que estendas os meus termos, que alargues as minhas fronteiras, o meu território, que os meus limites e campo de visão e acção possam ser alargados a cada dia, que a Tua mão esteja comigo e sobre mim e que me livres de todo o mal.
Faz-me andar dignamente diante de Ti, agradando-Te em tudo, frutificando em toda a boa obra e crescendo no pleno conhecimento da Tua Palavra e da Tua essência, em Nome de Jesus.
Amén.
"...Verdade é que alguns pregam a Cristo até por inveja e contenda, mas outros o fazem de boa mente..." (Filipenses 1:15)
Toda a minha vida tenho sofrido pela inveja dos outros, em relação a mim, à minha vida e ao meu ministério. Chego a perguntar-me a mim mesmo, o que será que eu tenho, que os outros tanto temem e invejam? Que ciumeira é essa, que movidos por satanás, provocam situações, contendas e circunstâncias só para prejudicar?
É porque tento pregar o evangelho? Nem tenho feito isso publicamente, pois estou parado há quase 1 ano. Só tenho escrito aqui... mas será isso razão para inveja e ciúme?
É porque tenho chamada de Deus, que não foi dada por homens, nem pode ser revogada, nem pode ser impedida (apenas atrasada, pelos homens, ou por mim)?
É pelo amor que tenho, verdadeiro, pelo povo? É por conhecer as pessoas pelo nome, conhecer a vida delas e conseguir ajudá-las?
E porque é que inventam mentiras, calúnias e ouras coisas tais? Porque intentam destruir a vida de alguém? Que prazer lhes dá?
"...Pois a dor destrói o louco, e a inveja mata o tolo..." (Job 5:2)
Já me bastam as falsas promessas, as ideias enganadoras, os pensamentos viciosos e o obscurantismo que tenho de enfrentar pelos que têm receio que eu lhes tire alguma coisa... mas eu? Que poder, ou dom, ou capacidade tenho eu, afinal, para lhes tirar seja o que for? Não foi Deus que deu? Então nada nem ninguém lhe pode tirar!
Mas porque é que falam sempre com terceiros? Porque é que intentam sempre buscar apoio para as suas teorias e 'achos' supérfulos e enervantes, como se fossem poços de sabedoria? Se fossem poços de sabedoria, deveriam de a utilizar nas decisões diárias (não cometendos erros atrozes), nas decisões sobre a Igreja (não ferindo as pessoas, nem as maltratando) e nas atitudes a tomar!
"...Porquanto ainda sois carnais; pois, havendo entre vós inveja e contendas, não sois porventura carnais, e não estais andando segundo os homens?..." (I Coríntios 3:3)
Porque será que só intentam ouvir unilateralmente os factos de alguns acontecimentos? Nunca pretendem ouvir a outra perspectiva... fazem logo juízos de valor e de carácter, divulgam-nos a terceiros, tomam decisões e ainda se fazem de vítimas...
Honestamente...
E qual é o problema em pastorear as pessoas? Se ninguém o faz, porque não há-de alguém de as ajudar, aconselhar, ouvir e verdadeiramente orar por elas?
Pretendem parecer crescidos espiritualmente... mas no entanto só mostram que ainda não o são!
"...Deixando, pois, toda a malícia, todo o engano, e fingimentos, e invejas, e toda a maledicência, desejai como meninos recém-nascidos, o puro leite espiritual, a fim de por ele crescerdes para a salvação, se é que já provastes que o Senhor é bom..." (I Pedro 2:1 a 3)
Darão muitas contas a Deus. Sim, porque só Ele é juíz. Eu não o sou e nem permito que o sejam sobre mim.
Parece que este post meu é amargo, mas não é. É apenas um pedido de paz e sossego. É apenas um pedido para colocarem a mão na consciência e medirem bem o que andam a dizer e a fazer, pois virão a colher isso, um dia.
"...Quem dentre vós é sábio e entendido? Mostre pelo seu bom procedimento as suas obras em mansidão de sabedoria. Mas, se tendes amargo ciúme e sentimento faccioso em vosso coração, não vos glorieis, nem mintais contra a verdade. Essa não é a sabedoria que vem do alto, mas é terrena, animal e diabólica. Porque onde há ciúme e sentimento faccioso, aí há confusão e toda obra má. Mas a sabedoria que vem do alto é, primeiramente, pura, depois pacífica, moderada, tratável, cheia de misericórdia e de bons frutos, sem parcialidade, e sem hipocrisia. Ora, o fruto da justiça semeia-se em paz para aqueles que promovem a paz..." (Tiago 3:13 a 18)